A taça usada por Jesus, o prato com seu sangue e até uma pedra. O poderoso artefato cristão já foi retratado de muitas formas - e sua história alimenta a imaginação das pessoas há quase mil anos
Reinaldo José Lopes | 01/06/2008 00h00
Perseguido e sentindo a morte iminente, um camponês judeu
decidiu celebrar o Pessach, a páscoa judaica, com os amigos. Reuniu os
12 mais próximos e, na festa, serviu-lhes pão e vinho. Dividiu o pão,
comeu um pedaço e distribuiu o restante para os convidados. “Tomai e
comei, isto é o meu corpo”, disse. Encheu um cálice com a bebida, deu o
primeiro gole e passou a taça adiante, pedindo: “Bebei dele todos, pois
isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado por muitos
para a remissão dos pecados”.
A última ceia da vida de Jesus, que morreria no dia seguinte, é hoje a
base da celebração cristã da Eucaristia. Sem muitos detalhes, ela foi
assim descrita nos evangelhos de Lucas, Mateus e Marcos na Bíblia. E a
taça em que ele bebeu com os apóstolos passou de coadjuvante na refeição
ao papel principal de um ciclo de lendas que nasceu na Idade Média e
perdura até hoje, 2 mil anos depois.
O mito do Santo Graal refere-se, na maior parte das vezes, ao cálice
da Última Ceia. Mas as inúmeras lendas criadas em menos de um milênio já
descreveram o artefato como a tigela em que Jesus teria cortado o pão
na mesma celebração. Em outros escritos, o Graal seria o prato em que um
seguidor teria recolhido o sangue de Jesus crucificado, uma vasilha ou
uma pedra. Há ainda autores que até acrescentaram elementos da mitologia
pagã celta para criar sua própria lenda sobre o Graal.
No meio desse monte de histórias, o que se sabe ao certo é que o mito
do Santo Graal foi criado por volta de 1180 por um francês chamado
Chrétien de Troyes. Ele foi o primeiro a escrever sobre o artefato que
chamou de “graal”, palavra que designava um tipo específico de utensílio
de mesa que, até então, não possuía qualquer conotação sagrada. Mais:
incorporou o objeto à lenda dos cavaleiros. Algumas vasilhas antigas até
chegaram a ser veneradas pelos cristãos como a taça de Jesus, mas
nenhuma atraía multidões de peregrinos nem tinha fama mundial. Foi a
partir da história do francês que o Graal tornou-se tão influente a
ponto de inspirar diversas buscas arqueológicas e fenômenos de mídia do
século 21, como O Código Da Vinci.
Taça simples
As mais antigas sementes da lenda do Graal estão na Bíblia, embora em
nenhum momento o termo seja usado. A taça da Última Ceia, por exemplo, é
mencionada nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. Historiadores
afirmam que o mais provável é que os utensílios usados naquela refeição
fossem simples, feitos de cerâmica ou madeira, já que eram assim os
pratos e copos usados pelas camadas populares da Judéia na época. Dessa
forma, é bastante improvável que os apetrechos usados na Última Ceia
tenham sido preservados.
Além disso, os próprios Evangelhos dizem que o salão onde a refeição
aconteceu foi apenas emprestado a Jesus e seus discípulos. E o hábito de
guardar ou procurar “relíquias” das grandes figuras do cristianismo só
surgiria bem mais tarde, cerca de um século após a morte de Jesus. Para
André Chevitarese, historiador da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) que estuda as evidências históricas sobre a vida de Jesus, é bem
possível que nenhum artefato arqueológico diretamente ligado a ele
tenha chegado até nós. “E o mesmo vale para quase toda a primeira e a
segunda geração de cristãos. Eram pessoas periféricas, gente muito
simples, de origem rural”, diz o pesquisador.
A falta de objetos diretamente ligados a Jesus e aos apóstolos
incomodava um bocado os cristãos, mas o próprio texto do Novo Testamento
não ajudava muito: as narrativas eram secas, com poucos detalhes.
“Insatisfeitos, os cristãos de séculos posteriores começaram a produzir
versões mais elaboradas dos Evangelhos”, diz o medievalista britânico
Richard Barber, autor do livro O Santo Graal – A História de uma Lenda.
Assim surgiram alguns dos chamados evangelhos apócrifos, textos que não
foram incluídos na Bíblia canônica (ou “oficial”). Apesar disso, alguns
deles faziam grande sucesso, como o Evangelho de Nicodemos, escrito no
fim do século 4. O relato dá mais detalhes sobre o papel do judeu José
de Arimatéia, que teria recolhido o sangue de Jesus crucificado em um
prato e também retirado o corpo dele da cruz e dado ao morto um enterro
digno. O Evangelho de Nicodemos narra ainda como um soldado romano, de
nome Longino, teria perfurado o tórax de Jesus com uma lança (episódio
descrito de forma mais breve no Novo Testamento). Para Barber, esse
livro apócrifo ajudou a estruturar a lenda do Graal. Como veremos a
seguir, a lança de Longino é um dos objetos que “acompanham” o objeto
sagrado nas histórias escritas na Idade Média.
Prato fundo
A pioneira dessas histórias, um poema inacabado de Chrétien de
Troyes, levava o nome de Percival ou O Conto do Graal. A obra de
Chrétien (coincidência ou não, o nome quer dizer “cristão” em francês)
já era um sucesso de público e crítica quando ele começou a trabalhar na
nova história – entre outras coisas, ele já havia escrito um livro com
as aventuras de sir Lancelote na Távola Redonda. A ambientação do novo
livro retomava a famosa corte do lendário rei Arthur e as aventuras
vividas por seus cavaleiros.
Ao enviuvar, a mãe do herói Percival decidiu criar o filho longe da
civilização, de forma que o rapaz se tornou uma espécie de “bom
selvagem”, com dificuldade de entender como a sociedade funcionava.
Percival acabou encontrando alguns cavaleiros de Artur na floresta e
ficou tão fascinado com eles que decidiu tornar-se um também. A mãe o
deixou partir, ele arranjou um mentor e, depois de treinado, saiu pelo
mundo em busca de aventuras. Em dado momento, chegou ao castelo de um
tal Rei Pescador, que o convidou a se hospedar lá. Percival acabou
presenciando o que Chrétien chamou de “procissão do Graal”: pessoas
carregando uma lança de cuja ponta caem gotas de sangue, candelabros e,
finalmente, “um graal” – vale notar que o autor usa a palavra de forma
genérica, “um” graal, não “o” graal.
“Não se trata de um cálice”, afirma José Rivair Macedo, especialista
em história medieval da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS). “A palavra mais correta para designar o objeto em português
provavelmente é escudela”, diz, referindo-se a uma espécie de prato
fundo, aparentemente usado na Idade Média. Nas escudelas eram servidos
peixes e carnes – e, no poema, “em vez de carregar salmão” ou outros
peixes, o Graal transportava uma hóstia, levada até o pai do Rei
Pescador, que se encontrava gravemente ferido
.
A partir daí, as coisas ficam cada vez mais misteriosas. Percival
ficou intrigado com a procissão do Graal, mas não perguntou ao seu
anfitrião o significado de tudo aquilo, pois seu mentor ensinara que um
cavaleiro não deveria ser indiscreto. Só que o jovem nobre aparentemente
é punido por ter ficado de boca fechada: acordou sozinho no dia
seguinte e o castelo estava misteriosamente vazio. Percival vagou por
algum tempo, até perder a memória. Finalmente, foi socorrido por um
eremita, que explicou (bem, mais ou menos) o que estava acontecendo. O
sujeito disse que tanto ele quanto o pai do Rei Pescador eram tios
maternos de Percival. Também afirmou que o Graal era “uma coisa muito
santa” (tante sainte chose, em francês da época) e que, se Percival
tivesse perguntado o significado da misteriosa cerimônia no castelo,
teria evitado muitas desgraças. E, de repente, o manuscrito acaba –
provavelmente o autor morreu antes de concluir a história.
É bastante possível que a idéia do Graal como sendo o cálice da
Última Ceia não tivesse nunca passado pela cabeça de Chrétien. “A minha
impressão é de que o autor não pretendia abordar a temática religiosa,
mas a questão secular da formação do cavaleiro. Isso está implícito na ideia de que Percival, por ter sido criado longe de tudo, não tem a
justa medida das coisas e confunde a necessidade de ser discreto com
ficar totalmente calado”, diz Macedo. “Mas a referência ao Graal como
tante sainte chose abriu um mundo de possibilidades para os escritores
que vieram depois.”
Mitologia celta
Acredite: a expressão “um mundo de possibilidades” não tem nada de
exagerada. Ninguém sabe ao certo como Chrétien pretendia terminar sua
história, mas o fato é que, apenas meio século após a morte do autor,
haviam surgido nada menos que 18 continuações, prólogos ou novas versões
da história do Graal – um novo livro a cada 2,7 anos, em média. A
maioria dos novos textos foi escrita em francês, mas há também obras em
alemão, e não demorou muito para que surgissem traduções para outras
línguas européias, como o italiano e o português arcaico, ancestral do
nosso idioma.
O mito só fez crescer – e adquirir características completamente
distintas – em meio a todos esses textos. Segundo Richard Barber,
escritores que vieram depois de Chrétien, como Robert de Boron e o autor
anônimo de A Demanda do Santo Graal, fizeram uma espécie de equação
entre a lança que sangra (um bocado parecida com a lança de Longino,
aquela do Evangelho de Nicodemos) e o Graal que carrega a hóstia. E
concluíram que, na verdade, o recipiente só podia ser o prato (ou o
cálice) sagrado.
Assim, os sucessores de Chrétien conseguiram uma façanha inédita:
juntaram a famosa saga da lendária corte do rei Artur, a mais popular da
época, com o lado religioso e místico que também encantava o público
medieval. Para chegar a esse objetivo, cada autor adotou uma solução
diferente. A mais famosa envolveu criar um novo herói da Távola Redonda:
surgiu então Galahad, filho de Lancelote, um jovem cavaleiro casto e
puro. Na maioria dos casos, Galahad, Percival e Bors (outro cavaleiro da
corte de Artur), juntos, comprometem-se a encontrar o Graal para curar o
pai do Rei Pescador e o próprio rei (que se machuca em versões
posteriores do conto) e para atingir a iluminação.
Por um lado, a lenda parece ter crescido incorporando alguns
elementos das antigas mitologias pagãs européias, em especial a celta.
Quando o Graal aparece misteriosamente, nos novos contos pós-Chrétien, é
capaz de alimentar todos à sua volta com os pratos mais saborosos. “O
chamado caldeirão da abundância de alguns deuses celtas também era capaz
disso”, afirma o medievalista Macedo.
No entanto, a simbologia mais forte das histórias do Graal está mesmo
diretamente ligada à idéia de que a hóstia e o vinho transformam-se no
corpo e no sangue de Jesus – conhecida como Eucaristia. Na versão de A
Demanda do Santo Graal, Galahad e seus companheiros, quando finalmente
acham o misterioso artefato, são recepcionados numa missa celebrada pelo
bispo Josefo, filho de José de Arimatéia. Quando Josefo ergue a hóstia
consagrada, eles veem o corpo de um bebê que representa Jesus. Galahad
morre depois de contemplar os mistérios do Graal, e o cálice volta ao
céu junto com a alma do cavaleiro.
Sangue de Jesus
A popularidade das lendas do Graal foi muito grande até o fim do
século 15, mas sofreu um revés secular com o avanço da Reforma
Protestante, que tendia a ridicularizar a velha paixão medieval por
relíquias sagradas e milagres. Mas, por volta dos séculos 18 e 19, as
antigas teses foram retomadas e o interesse pelo Graal voltou a
ressurgir.
Em 1802, um acadêmico de Viena foi o primeiro a juntar o artefato aos
cavaleiros templários, ordem criada pelo papa Urbano II no início do
século 12 para proteger os cristãos que peregrinavam para a Terra Santa.
Segundo a nova tese, Percival estava ligado à Ordem dos Pobres
Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão. Depois dele, muitos outros
autores embarcaram na história.
Para chegar a essa associação, os escritores embasaram-se em uma
antiga versão da lenda do Graal, datada do século 13 e de autoria do
poeta alemão Wolfram von Eschenbach. Em Parzival, o Graal, descrito como
uma pedra, é guardado pelos misteriosos “templeisen”. Embora o nome
pareça, esses guerreiros não seriam, para o poeta alemão, os membros da
Ordem do Templo: a palavra usada em alemão para templários é
tempelherren. Além disso, os templários reais eram monges, enquanto os
de Wolfram von Eschenbach casavam-se. Mesmo assim, as versões
posteriores passaram a fazer relação entre os dois grupos.
Von Eschenbach também inspirou outras obras. Caso do compositor
alemão Richard Wagner: com base no poeta medieval, ele criou sua última
ópera, Parsifal, terminada em 1882. No mesmo século, com o ressurgimento
do interesse no artefato, os arqueólogos, baseados em técnicas mais
avançadas, resolveram começar a caçar o tal tesouro. Afinal, se
conseguiram até localizar a antiga Tróia, não seriam capazes de
descobrir o Graal também?
Nesse quesito, porém, é claro que as decepções foram se acumulando.
Foi descoberto, por exemplo, que dois dos supostos “graais”, guardados
como relíquias em igrejas de Gênova, na Itália, e Valência, na Espanha,
provavelmente haviam sido feitos no Oriente Médio, só que na Alta Idade
Média. No começo do século 20, o chamado Cálice de Antioquia, descoberto
na Síria, chegou a ser considerado o Graal, até que análises mais
cuidadosas mostraram que se tratava de... uma lâmpada a óleo.
Junto com a revolução científica moderna, paradoxalmente, muitas
seitas esotéricas passaram a adotar o Graal como objeto de estudo. Os
membros da obscura Ordem da Aurora Dourada, por exemplo, acreditavam que
as histórias do Santo Graal eram uma espécie de mensagem em código
sobre “os verdadeiros segredos místicos” da fé cristã. A versão mais
recente desse fenômeno é a teoria dos escritores Michael Baigent,
Richard Leigh e Henry Lincoln exposta em O Santo Graal e a Linhagem
Sagrada. Segundo o livro, o San Greal, usado por autores franceses
medievais em referência ao Graal, na verdade é uma corruptela de sang
real, “sangue real” em francês antigo. Os autores vão mais longe: esse
seria o sangue dos supostos descendentes que Jesus teria tido com Maria
Madalena.
Já ouviu uma história parecida? Provavelmente porque o livro inspirou
outro, o super best-seller O Código Da Vinci, de Dan Brown. Que, por sua
vez, virou um filme de Hollywood. Esta é exatamente a saga do Graal:
uma história inacabada que vai sendo constantemente alimentada não só ao
sabor de coincidências e de mitologia, mas também de um tanto de
criatividade.
O cálice de um carpinteiro
Que tipo de taça um sujeito pobre da Galileia usaria?
Os filmes do herói Indiana Jones (cuja quarta aventura, Indiana Jones
e o Reino da Caveira de Cristal, chega aos cinemas no fim de maio)
estão cheios de cenas antológicas. Uma das melhores talvez esteja no
longa de 1989, Indiana Jones e a Última Cruzada. Nele, o personagem
vivido por Harrison Ford descobre a chave para escolher o verdadeiro
Graal. A taça certa, percebe ele, é “o cálice de um carpinteiro”, e não
as vasilhas suntuosas que estão por ali. Poucas décadas antes do
nascimento de Jesus, a Palestina virou um centro importante de produção
de vasilhas de vidro, muitas das quais com formato parecido com o de um
cálice de vinho moderno. Mas, como esse tipo de recipiente tinha grande
aceitação nos meios não-judaicos, é possível que um judeu devoto como
Jesus não aprovasse a moda. Nesse caso, as melhores pistas podem vir do
sítio arqueológico de Qumran, na região do mar Morto. Muitos
pesquisadores acreditam que no lugar moravam membros da austera seita
judaica dos essênios, até o ano 70. Entre eles, parece ter predominado o
uso de taças simples de cerâmica, sem alças. “O material de Qumran é
bem próximo de Jesus espacialmente e temporalmente”, diz Francisco
Marshall, da UFRGS.
As grandes relíquias religiosas
Algumas ainda são procuradas. Outras estariam guardadas
O interesse por restos mortais, roupas e outros artefatos ligados a
Jesus, a Maria e aos santos deu margem a uma indústria medieval de
relíquias. Documentos do fim da Idade Média sugerem a existência de até
18 diferentes prepúcios de Cristo (como bom judeu, Jesus foi
circuncidado). Locais tão distantes quanto a Armênia e a Alemanha
afirmavam possuir a lança que perfurou o tórax de Jesus durante seu
suplício. E a quantidade de supostos vestidos de Maria certamente não se
encaixa com as posses de uma camponesa de Nazaré. As relíquias
medievais eram famosas não apenas por seus poderes curativos, mas também
pela proteção que concediam. Muitos exércitos carregavam-nas ao partir
para a batalha. Alguns artefatos religiosos viraram ícones tão fortes
que muitos eram incapazes de aceitar que eles talvez estivessem perdidos
para sempre – ou mesmo nunca tivessem existido. Conheça sete das
relíquias cristãs mais famosas do mundo – algumas ainda procuradas,
outras que se acreditam serem as verdadeiras.
Coroa de Espinhos
O primeiro registro da veneração da coroa que Jesus teria usado data
do século 5 – igrejas de Jerusalém exibiam a relíquia. Seis séculos
depois, com a chegada dos cruzados ao Oriente Médio, o objeto foi parar
na França. Hoje, é abrigado na catedral de Notre Dame, em Paris – com
pedaços na Espanha, na Itália, na Alemanha...
Vera Cruz
Helena, mãe de Constantino, primeiro imperador romano cristão, teria
ido até a Palestina em 312 e desencavado o pedaço de madeira onde Jesus
foi crucificado. Ao longo do tempo, a Vera Cruz (“cruz verdadeira”) foi
desmantelada em pedacinhos que hoje estão na Espanha, na Grécia, na
Bélgica e na França.
Reis Magos
Na catedral de Colônia, na Alemanha, um rico sarcófago triplo,
segundo o mito, abriga os restos mortais dos Três Reis Magos, que
presentearam Jesus em seu nascimento. Como os ossos só chegaram a
Colônia em 1164, é pouco provável que realmente pertençam ao trio.
Santo Sudário
O pano de linho que teria envolvido o corpo de Jesus sepultado foi
submetido a uma datação que revelou que sua idade não ultrapassa os 700
anos. Físicos investigam se uma contaminação rara pode ter gerado um
erro de data do objeto, conservado na catedral de Turim, na Itália.
Arca da Aliança
A caixa de madeira folheada a ouro guardava, segundo a Bíblia, as
tábuas de pedra com os Dez Mandamentos, além de possuir poderes.
Oficialmente, ela desapareceu ou foi destruída com a queda de Jerusalém
em 586 a.C. No entanto, uma igreja da Etiópia diz abrigar o artefato.
Mas ninguém pode vê-lo.
Pegada de Maomé
A mais rica coleção de relíquias muçulmanas está no museu do palácio
Topkapi, em Istambul. Além de objetos ligados a personagens bíblicos, o
museu abriga até uma suposta pegada do profeta Maomé, o fundador do
islamismo.
Arca de Noé
No fim do século 19 e começo do século 20, virou mania vasculhar as
montanhas do nordeste da Turquia, em especial a região do monte Ararat,
em busca do gigantesco barco que Noé teria, segundo a Bíblia, usado para
salvar os bichos do dilúvio por volta do ano 4000 a.C. Por enquanto,
porém, a arca não foi achada.
Saiba mais
Livros
O Santo Graal – A História de uma Lenda, Richard Barber, Record, 2007
Levantamento cuidadoso de todas as etapas da lenda do Graal, com
trechos das principais novelas de cavalaria e análises da iconografia
medieval que inspirou as histórias.
A Demanda do Santo Graal – Das Origens ao Códice Português, Heitor Megale, Ateliê Editorial, 2001
Mostra como as novelas francesas foram traduzidas para o português arcaico e inspiraram a literatura de Portugal na Idade Média.
Fonte: Aventuras na História.
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